quarta-feira, 3 de abril de 2013

ISSO É ARGUMENTAR COERENTEMENTE

HOMOSSEXUALIDADE




por Drauzio Varella

A homossexualidade é uma ilha cercada de ignorância por todos os lados. Nesse sentido, não existe aspecto do comportamento humano que se lhe compare.

Não há descrição de civilização alguma, de qualquer época, que não faça referência à existência de mulheres e homens homossexuais. Apesar dessa constatação, ainda hoje esse tipo de comportamento é chamado de antinatural.

Os que assim o julgam partem do princípio de que a natureza (ou Deus) criou órgãos sexuais para que os seres humanos procriassem; portanto, qualquer relacionamento que não envolva pênis e vagina vai contra ela (ou Ele).
Se partirmos de princípio tão frágil, como justificar a prática de sexo anal entre heterossexuais? E o sexo oral? E o beijo na boca? Deus não teria criado a boca para comer e a língua para articular palavras?
Se a homossexualidade fosse apenas perversão humana, não seria encontrada em outros animais. Desde o início do século 20, no entanto, ela tem sido descrita em grande variedade de espécies de invertebrados e em vertebrados, como répteis, pássaros e mamíferos.

Em virtualmente todas as espécies de pássaros, em alguma fase da vida, ocorrem interações homossexuais que envolvem contato genital, que, pelo menos entre os machos, ocasionalmente terminam em orgasmo e ejaculação.

Comportamento homossexual envolvendo fêmeas e machos foi documentado em pelo menos 71 espécies de mamíferos, incluindo ratos, camundongos, hamsters, cobaias, coelhos, porcos-espinhos, cães, gatos, cabritos, gado, porcos, antílopes, carneiros, macacos e até leões, os reis da selva.

Relacionamento homossexual entre primatas não humanos está fartamente documentado na literatura científica. Já em 1914, Hamilton publicou no Journal of Animal Behaviour um estudo sobre as tendências sexuais em macacos e babuínos, no qual descreveu intercursos com contato vaginal entre as fêmeas e penetração anal entre machos dessas espécies. Em 1917, Kempf relatou observações semelhantes.

Masturbação mútua e penetração anal fazem parte do repertório sexual de todos os primatas não humanos já estudados, inclusive bonobos e chimpanzés, nossos parentes mais próximos.

Considerar contra a natureza as práticas homossexuais da espécie humana é ignorar todo o conhecimento adquirido pelos etologistas em mais de um século de pesquisas rigorosas.

Os que se sentem pessoalmente ofendidos pela simples existência de homossexuais talvez imaginem que eles escolheram pertencer a essa minoria por capricho individual. Quer dizer, num belo dia pensaram: eu poderia ser heterossexual, mas como sou sem vergonha prefiro me relacionar com pessoas do mesmo sexo.

Não sejamos ridículos; quem escolheria a homossexualidade se pudesse ser como a maioria dominante? Se a vida já é dura para os heterossexuais, imagine para os outros.

A sexualidade não admite opções, simplesmente é. Podemos controlar nosso comportamento; o desejo, jamais. O desejo brota da alma humana, indomável como a água que despenca da cachoeira.

Mais antiga do que a roda, a homossexualidade é tão legítima e inevitável quanto a heterossexualidade. Reprimi-la é ato de violência que deve ser punido de forma exemplar, como alguns países fazem com o racismo.

Os que se sentem ultrajados pela presença de homossexuais na vizinhança, que procurem dentro das próprias inclinações sexuais as razões para justificar o ultraje. Ao contrário dos conturbados e inseguros, mulheres e homens em paz com a sexualidade pessoal costumam aceitar a alheia com respeito e naturalidade.

Negar a pessoas do mesmo sexo permissão para viverem em uniões estáveis com os mesmos direitos das uniões heterossexuais é uma imposição abusiva que vai contra os princípios mais elementares de justiça social.

Os pastores de almas que se opõem ao casamento entre homossexuais têm o direito de recomendar a seus rebanhos que não o façam, mas não podem ser fascistas a ponto de pretender impor sua vontade aos que não pensam como eles.

Afinal, caro leitor, a menos que seus dias sejam atormentados por fantasias sexuais inconfessáveis, que diferença faz se a colega de escritório é apaixonada por uma mulher? Se o vizinho dorme com outro homem? Se, ao morrer, o apartamento dele será herdado por um sobrinho ou pelo companheiro com quem viveu trinta anos?

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

LIVRE-ARBÍTRIO DADO POR DEUS E ROUBADO PELO HOMEM







Acabei de assistir a “Denúncia Pr. Marco Feliciano DIVULGUE!” (vídeo no final da postagem) no site Youtube. No próprio título a pessoa quem postou o vídeo pede que eu divulgue. Acho válido e estou fazendo a minha parte. Assistam e divulguem também. 

O tal vídeo foi preponderante para eu tomar a minha decisão: quando eu morrer, quero ir para o inferno! Porém o meu desejo trás em seu bojo duas justificativas. Primeira: morar no céu deve ser um saco, quando eu penso em encontrar todas essas pessoas perfeitas lá cima... não tenho paciência para isso. Segunda: não tenho paciência para pessoas burras. 

Ter uma crença religiosa não é burrice, burrice é querer impor sua escolha – sim, religião é escolha! 

Quando é que as pessoas irão entender que lei é lei e religião é religião? Quando as pessoas irão perceber que todos nós somos diferentes? A cor da pele não define o ser, assim como a sexualidade. Até quando o Brasil irá permitir que essas religiões continuem penetrando no seio político? O que a Constituição diz sobre o país laico? Ir na contramão da Constituição Brasileira é crime. 

“Jeitinho brasileiro”? Aí a prova: religiosos com força política. A inquisição. 

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Religião define quem você é! 

É um absurdo ver líderes religiosos burros ganharem tanta visibilidade através de suas teorias ilógicas, portanto ignorantes, e, mais uma vez, burras. É um absurdo, num país laico como o Brasil, as religiões exigirem que as leis sejam criadas a partir do que a bíblia diz. Eu não me importo com o que a bíblia diz, então ficarei descoberto pelas leis do país? 

Feliciano cita que na Europa não há igrejas e que as pessoas estão mortas. Eu entendi o que ele quis dizer... mas aqui, além de haver muitas igrejas – belíssimas – que funcionam como pontos-turísticos, continuam com sua missas regulares. Até onde sei, aqui na Alemanha quem tem religião declarada paga imposto, porém o imposto é para a manutenção de cada igreja. Isso impede que seus lideres religiosos enriqueçam a custo dos fiéis. E “pessoas mortas”? Eu acho ótimo. Aqui elas respeitam a individualidade num grau muito maior. Então se você sair de casa com uma melancia na cabeça, por mais que elas achem sua atitude ridícula,provavelmente ninguém irá dizer nada, nem “olhar torto” – eu escrevi provavelmente. 

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Não acho burrice cobrar dízimo, burrice é pagar o dízimo para transformar pastor uma profissão. Dízimo deveria ser para manutenção do prédio.

O pastor Malafaia disse no “De frente com Gabi” apoia sua fala na bíblia para dizer que “pastor deveria ganhar mais” e eu me pergunto: por que então Jesus nasceu tão humilde? 

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Eu acho a bíblia um livro alegórico muito interessante, mas não é o único livro alegórico com profecias. A diferença é que a bíblia ganhou mais força. Eu acredito no poder da bíblia pela crença do povo, mas não acredito na lógica dela. Não estou falando de sexualidade ou espiritismo. Estou falando de machismo, por exemplo. “O homem é a glória de Deus e a mulher é a glória do homem” (Gênesis). Sem esquecer que Eva, com seu charme, beleza e ambição de se igualar a Deus (consta na bíblia) convenceu Adão a comer o fruto proibido. 

... 

Líderes religiosos, vocês querem ter um papel importante na sociedade, um papel que abrace a todos, independente de religião, cor, sexualidade, nacionalidade, conta bancária, partido político, etc? Juntem-se para exigir educação de qualidade. Vamos formar pessoas esclarecidas e conscientes para que elas aprendam a respeitar a diversidade de ser, pensar e escolher. Pessoas educadas, esclarecidas e conscientes sabem que “Amar ao próximo acima de todas as coisas” é inclusive respeitar ao próximo. 

Quem julga é Deus. Deixemos Deus fazer seu trabalho. E Jesus evitou o apedrejamento de uma mulher adúltera, ou seja, um crime de ódio. Por que vocês querem vetar uma lei que ajuda a coibir o crime de ódio? Se vocês acham que ser homossexual é escolha e é pecado, respeitem. Peguem o exemplo da vida de Jesus.


Texto: André Bonfim
Foto: http://dialeticasocial.blogspot.de/2012/10/inferno-particular.html
Vídeo: Youtube

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

ERROS E ACERTOS


por Amelhinha Sá

Nada melhor para começar 2013 do que o texto de Amelhinha Sá.
Eu tenho um carinho muito grande pelo "Assim você me disse". Aqui eu posso dividir pérolas que mexem comigo. Amelhinha sempre me surpreende! O melhor é que ela é exatamente assim, sem maquiagem, sem maquiar, como consta em suas próprias palavras:

"Você colhe o que você planta você atrai o que você transmite... Sempre acreditei nisso!
Errar TODO mundo erra mais insistir no erro é a maior das burrices.
Fracassar é normal... Ninguém nasce sabendo e quem aprende errando é bem mais forte.
Fracos são os que se apegam aos erros dos outros em vez de prestar atenção nos seus, fraco é quem aponta mais do que se enxerga, fraco é quem desiste na primeira, ou na segunda ou na terceira, ou na vigésima quinta queda... O forte não desiste jamais, o forte não desiste de ninguém muito mesmo de si mesmo.
Infelizmente o mundo esta cheio de pessoas fracas! Os fortes são raríssimos, quase inexistentes...
Há quem creia muito mais na pobreza do ser humano do que na pureza de um sorriso.
Ter um filho, plantar uma arvore, escrever um livro... Isso tudo é muito fácil. O difícil mesmo é dar conta disso... Criar o filho, regar a arvore e encontrar alguém que tenha realmente interesse em ler teu livro.
Aponta pra fé e rema já dizia Los Hermanos.
Cada um sabe a escolha que faz... ou para no tempo por medo de sofrer mais uma vez, ou cria um coração gelado e indiretamente faz sofrer quem ainda acredita em você, ou vai vivendo por viver, brincando com a roleta russa que a vida muitas vezes nos proporciona...
Diz lobão na musica “decadence avec elegance” que é melhor viver dez anos a mil, do que mil anos a dez... Eu não concordo quando a velocidade é grande, não dá tempo de apreciar a paisagem.
Sim falhamos... Sim pagamos a língua... Sim somos contraditórios!
Sim somos fortes... Sim sabemos reconheser os erros... sabemos sentir a dor do erro e voltar atrás!
Não precisa ter medo de recomeçar. Cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é!!"

Continue me/nos ensinando e estimulando a buscar a felicidade de errar e acertar.


Texto: Amelhinha Sá
Foto: textosdecaiofelippe.blogspot.com