segunda-feira, 6 de agosto de 2012

ENCONTRO DE CULTURAS... ENCONTRO DE COMPORTAMENTOS...




Desde os tempos em que eu estava na universidade, especificamente na matéria de Filologia Românica, tenho me interessado pelo encontro de culturas, de que forma ela acontece... Mas este texto é apenas uma salada de pensamentos após terminar de ler, mais uma vez, o livro "O Mundo de Sofia".
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 Por vezes isso parece um processo de racionalizar as experiências, ou uma espécie de fusão entre a cultura nativa e a cultura visitada. A necessidade que o cérebro tem de armazenar de maneira lógica aquilo que é visto, sentido, tocado e pensado.  O processo de engavetamento às vezes desenha-se como uma contradição, mas que esta aparência pode ser explicada de diversas formas. Podemos nos emprestar o que disse Platão em seu pressuposto “O mundo das ideias” para iniciar o apoio aos quatro pontos da lógica experimental. É uma tarefa árdua que se utiliza dos âmbitos cruzados das disciplinas consagradas da humanidade e das novas teorias comportamentais.
Para Platão a ideia pressupõe a coisa existida. O que existe flui e transforma-se e torna-se único. Mas a ideia, a matéria pressuposta, a fôrma, ela é imutável, portanto geral. Ou seja, tudo aquilo que vemos e tocamos já existia no nosso ideal, como se fosse algo existente em nosso DNA que nos fará identificar a matéria no momento da experimentação. Depois desse momento, toda a matéria com aquelas características resultam num tema que já pré-existia, porém sem defini-la como matéria específica. Ela é matéria geral, acúmulo de informações.  Encaixando esse conceito no padrão básico comportamental, à primeira vista, vislumbra-se uma ilógica a partir de “novos padrões de comportamento da sociedade”. Se uma ideia pressupõe a coisa, então afirmar que nada é novo e que tudo é cíclico é inevitável.
Se nada é novo, se tudo é cíclico, podemos mapear o próximo passo da sociedade analisando seu processo evolutivo associado às transformações aceleradas pelo avanço tecnológico. E, então, tentar enxergar onde “os novos processos” se encaixariam em qual momento histórico.
Como a ideia “Cultura”, após ser experimentada, se comporta como um novo padrão social? Esta premissa nos leva a outra: Ao movimento cíclico cabe à involução levando a sociedade em direção ao momento nulo e reiniciar-se? A Bíblia histórica parece nos responder que sim. Mas nela existe a argumentação alegórica por meio da fé que busca respostas recriando a história da humanidade através de uma mitologia própria. A Bíblia está repleta de códigos que apoiam o conceito de signo criado pelos pais da Semiologia e Semiótica.
A Bíblia consiste de histórias intercruzadas, resultando num sistema de regras comportamentais daquilo que é cabível ou não à sociedade humana. Onde virtudes e vícios são descritos, assim como as consequências de seus usos. Seu sistema “ético” tornou-se praticamente inútil nos dias de hoje em consequência da transformação sofrida pela sociedade e a necessidade inata da razão pensar e repensar o “certo” e o “errado”.
Tal modelo de comportamento que resultou na Bíblia da fé, reproduz numa parcela numerosa das diferentes culturas o que Pierce chama de primeiridade. Que é a primeira impressão que temos das coisas, poluída de sentimentos particulares que traduz uma conclusão equivocada da sociedade, resultando num comportamento passivo diante de problemas que exigem um comprometimento esclarecido das responsabilidades concernentes a construção daquilo que seria ideal ao conjunto. Existirá sempre a ideia de que alguém virá nos salvar e transformar o mundo num paraíso, onde tudo coexistirá de maneira harmônica e benéfica para todos. Ou seja, o comportamento padrão continua atribuindo a algo alegórico aquilo que é de sua responsabilidade.
Talvez isso represente a ideia pré-existente de que caminhamos ciclicamente para o processo nulo, onde a sociedade reinicia.








Autor: André Bonfim

Foto: seforarocha.blogspot.com

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