Nascido em qualquer lugar, em qualquer dia, em qualquer mês...
Prefiro que seja dessa forma, esquecer de onde venho para não saber aonde devo
ir! É melhor ser eterno para que a vida passe de maneira mais suave, para não
senti-la tanto. Já tentei dizer em palavras escritas num diário, pensei
que contando minha história eu poderia transformá-la em algo etéreo jogando-a
ao cosmo. Queria que o vazio findasse!
Parece que minhas tentativas são constantemente podadas... Fui um
adolescente perturbado e cheio de conflitos infindáveis, um jovem destinado a
ter tudo e nada! Eu me definiria como um vício, a droga para os viciados, onde
eu mesmo tirei a minha vida, várias vezes, para renascer qual uma fênix, das
cinzas, sempre delas. Sou a minha própria invenção, sou deus subserviente ao
"Criador Supremo", o verdadeiro Deus.
A minha vida sempre esteve cercada de indícios de se perpetuar no
mar da depressão. Procurei sempre sufocá-la dobrando a esquina dos bons modos,
mas meus pensamentos me acusavam!
Odeio ver a capacidade de a maioria das pessoas abstraírem dos
conflitos conectados no âmago da existência. Queria poder dizer a elas como são
repulsivas a mim. Sempre quis trazer à luz a capacidade da dissociação dos
setores de minha vida, numa tentativa de solucionar seus problemas. Mas a
frustração está sempre à minha espreita, ouvindo meus gritos de socorro! De
fato, preciso recorrer novamente à eutanásia! É necessário renascer outra
vez...
Texto: André Bonfim
Foto: fadagirl.blogspot.com
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