O que é certo? O que é errado? Saudades de um tempo
sofrido, porém belo para ser lembrado... ou dolorido em demasia para ser
sentido. “O tempo não para...”, já dizia Cazuza. Se ele não para, jamais
voltará! Fotos? Filmagens? Lembranças? Sofrimentos? O que valeu? Enriquecer-se
de conhecimento que o mundo proporciona para saciar a sede da alma, a sede do
que ficou perdido no tempo. Por que? Para saber que sobreviveu a diversas
tempestades. Para quê? Depois da estiagem a chuva sempre volta para lavar a
alma com lágrimas, suor e sangue.
Pude sentir sua tristeza... um quê de dor,
um quê de dúvida... Vislumbro seu rosto e desenho seus olhos... seus olhos estão
perdidos numa dança, a dança do abandono que busca algo que justifique
continuar ali. Mas para onde olhar? Por que olhar?
Qual o sentido de olhar? Apenas pupilas agitadas de um
lado ao outro... uma tentativa frustrada de fazer parte deste mundo.
Dizem que os olhos são a
janela da alma, realmente são. Sua verdade pode ser
notada simples assim. Dói enxergar a destruição que as pessoas são
capazes de fazer a um ser humano. As pessoas tentaram (e continuarão tentando)
destruir sua pureza, seus princípios, seu caráter, sua história... sua poesia.
Não faz ideia do que desperta nos outros quando você
olha o horizonte buscando uma resposta ao contar suas histórias cansadas,
sofridas e repetidas. É um despertar de “quero colo”, sem intenções efêmeras e
vazias. É isso! Você é um menino-homem que precisa de colo, de conselhos, de
puxões de orelha e que precisa de amor.
Acorde, o mundo dói para todos!
Chega de tomar conta de tudo e de todos! Sua vida é
feita de entregas exaustivas. Uma eterna luta de um lado só. O seu lado. Mas e
o outro lado? Seu diálogo é um monólogo inaudível por causa de sua casca, sua
roupa de carne tira a importância de ser ouvido, de ser notado mais de perto. Quando
irá olhar para dentro de si, olhar o que há atrás da capa do livro que escreveu?
Chega! Chega! Chega! A dor também pode ser uma escolha
e uma escola. A saudade pode ser bonita. O tempo não volta. O sofrimento pode
ser um valioso aprendizado, não repita.
Viva. Acorde. Pule. Dance. Grite. Chore. Fale. Escreva. SINTA!
Ícaro tinha um sonho, ele queria voar... criou suas
asas... concretizou seu objetivo, mas caiu! Todavia Ícaro arriscou, tentou, a
vida cobrou seu preço, ele pagou, mas conseguiu! Viveu! A vida é um eterno
risco! Viver é um risco! O que você escolhe?
Texto: André Bonfim
Foto: renata-recolorindo.blogspot.com